O tratamento para herpes zóster, por exemplo, sai muito mais caro que a vacina que previne a doença
Vacina não é coisa de criança. Fora a imunização contra a gripe, que já é conhecida, os adultos não se preocupam em ter uma caderneta de vacinação e acabam desprotegidos. O alerta é da médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações e membro da Sociedade Latino-Americana de Infectologia Pediátrica. O site da SBIm disponibiliza o
calendário de vacinação para todas as faixas etárias.
A reportagem é de Mariza Tavares, publicada no
G1 Bem Estar, em 03/01/2017.
Quais as vantagens da vacinação em adultos e idosos?
Isabella Ballalai – Na realidade, o adulto não sabe que as doenças da infância também podem acometê-lo. Em alguns casos, como a hepatite B, por exemplo, o risco é maior para os adultos. Como política pública, é mais fácil e eficiente vacinar na infância do que mais tarde. Sarampo, caxumba e rubéola são doenças prevalentes em crianças, mas ninguém está 100% livre delas ao ficar mais velho. Inclusive, o fato de ter tido uma doença dessas quando pequeno não é garantia de que ela nunca mais atacará o indivíduo. Já atendi paciente com coqueluche na terceira idade, que teve que ser internado. A vacina contra difteria e tétano tem que ser tomada a cada dez anos. As pessoas se esquecem e se arriscam. Saem de férias, às vezes se cortam ou sofrem algum outro tipo de ferimento e pensam que, ao procurar o pronto-socorro, estão protegidas, mas a aplicação feita lá leva dez dias para fazer efeito, ou seja, o processo infeccioso pode não ser detido a tempo.