A reportagem e a entrevista é de Paulo Moreira Leite, jornalista, publicada por Brasil 247, 02-09-2014.
Embora tenha conseguido retomar algumas de suas atividades, auxiliado pelo apoio de uma formidável pressão, quando foi ameaçado de nova punição, em 1992, Boff decidiu se auto promover ao estado leigo. No ano seguinte, foi aprovado, por concurso, para a cadeira de Filosofia da Religião, Ética e Ecologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, UERJ. Autor de mais de 60 livros sobre Teologia, Antropologia, Espiritualidade e Mística, entre outros assuntos, até hoje Boff também realiza palestras para estudantes, para o Movimento Sem-Terra e as comunidades da Igreja.
Eis a entrevista.
O senhor tem contatos com pessoas mais diversas do povo brasileiro. Eu gostaria que contasse como estes cidadãos estão vendo a eleição de 2014. Há grandes mudanças em relação a 2010, 2006, 2002?
Há um mal estar generalizado no mundo como Freud constatava nos anos 30 do século passado. Todos têm a sensação de que assim como o mundo está não pode continuar. Tem que haver mudanças. É o efeito da crise de nossa civilização que não dispõe mais de recursos próprios para dar conta de sua própria crise interna. Bem dizia Einstein: o pensamento que criou a crise não pode ser o mesmo que nos tira dela. Devemos pensar diferente e agir diferente.