O caseiro Rogério Pires, que segundo a polícia confessou ter participado do crime que acabou com a morte do coronel reformado Paulo Malhães, denunciou os dois irmãos como sendo os homens que invadiram, dia 25, o sítio do militar, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Malhães, que no mês passado contou à Comissão da Verdade que participou de sessões de tortura durante a ditadura, morreu enquanto o grupo estava em sua casa. No começo da tarde desta terça-feira (29), os irmãos do caseiro - identificados como Rodrigo Pires e Anderson Pires Teles - ainda eram procurados. Segundo o delegado William Pena Júnior, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), os investigadores tentam descobrir quem é o quarto homem que participou do crime. Rogério e os dois irmãos tiveram prisão temporária decretada.
De acordo com o delegado assistente da DH da Baixada Fluminense, William Pena Júnior, Rogério Teles participou do crime dando informações, mas ele não teria planejado a ação.
"O caseiro foi a fonte de informações para que a ação toda pudesse acontecer, mas os irmãos dele foram os mentores", contou.
Na segunda-feira (28), tanto Rogério quanto Cristina foram ouvidos pela polícia. Com base nos relatos, foi feito o retrato falado dos suspeitos.
Além de Rogério e Cristina, três filhos do coronel prestaram depoimento. Para elucidar o crime, a polícia busca imagens de câmeras de segurança da região para serem analisadas, segundo o delegado Marcus Maia, responsável pelo caso.
Investigação
Para os policiais da DH, a principal linha de investigação continua sendo a de crime patrimonial, ou seja, motivado pela intenção de roubar pertences da casa do coronel. Apesar dessa tendência, a polícia não descarta a participação de outras pessoas no crime, como mandantes ou ajudantes, e vai seguir com as investigações. O delegado titular da DH, Pedro Medina, quer ouvir os outros suspeitos e localizar uma quarta pessoa que teria participado do assalto ao sítio do militar aposentado.
"O próximo passo é prender os outros irmãos do Rogério e ouvir os depoimentos. Temos ao longo dos 30 dias de investigação que fazer mais diligências para [nos] certificar de que foi de fato um latrocínio, mas essa é a versão que mais se encaixa no momento", contou.