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quarta-feira, setembro 05, 2018

Museu não tinha o certificado dos Bombeiros no RJ


Três dias depois do incêndio que atingiu o Museu Nacional, os bombeiros finalmente conseguiram analisar a documentação da instituição. A conclusão divulgada nesta quarta-feira (5) é que a instituição estava em situação irregular no que diz respeito à legislação de segurança contra incêndio e pânico.
O espaço não possuía Certificado de Aprovação em dia. O documento atesta quando as medidas de segurança básica estão presentes. A corporação, no entanto, não explicou por que o Museu permaneceu aberto à visitação mesmo não estando em dia com os papéis.

De acordo com a vice-diretora, Cristiana Serejo, o local era extremamente frágil e não tinha portas corta-fogo. A instituição vinha sofrendo com falta de recursos e tinha sinais de má conservação, como fios elétricos aparentes, cupins e paredes descascadas. As condições precárias já estavam sendo investigadas pelo Ministério Público Federal havia 2 anos.

O prédio, que não tem seguro, carecia de portas corta-fogo e de brigadistas de incêndio.

Veja a nota completa do Corpo de Bombeiros:

terça-feira, setembro 04, 2018

“Brasil não olha suficientemente para o passado”, afirma historiadora francesa


Museu do Amanhã, inaugurado em 2015, é a prova de que o mito do “país do futuro” ainda persiste na mentalidade brasileira (Foto: Vou Viajando)

O Brasil pode ter perdido nesta segunda-feira (3) obras importantes e insubstituíveis com o incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Além de arquivos que contavam a história brasileira, havia peças que contribuíam para a recapitulação do passado da humanidade, como o fóssil de Luzia, crânio humano mais antigo das Américas. Em entrevista à RFI, a historiadora do Instituto de Altos Estudos da América Latina de Paris, Juliette Dumont, afirma que falta ao país uma consciência da importância da preservação do patrimônio.

“Foi uma tragédia anunciada”, afirma Juliette Dumont, que também é presidente da Associação para a Pesquisa sobre o Brasil na Europa. Sua voz se junta a de tantos outros na denúncia de uma ausência de investimentos na área da cultura e da educação, deixando as instituições em péssimas condições de infraestrutura.

A observação de dois museus no Rio de Janeiro permite a revelação de duas faces do Brasil, para a pesquisadora. O primeiro deles, o Museu Nacional, é o símbolo por excelência da riqueza patrimonial, do “lugar de memória”, como dizia o historiador francês Pierre Nora. “É também a primeira instituição científica fundada no Brasil”, lembra.

O segundo, o Museu do Amanhã, inaugurado em 2015, é a prova de que o mito do “país do futuro” ainda persiste na mentalidade brasileira – fazendo com que, enquanto o passado se torna cinzas, o presente seja a espera infinita por dias melhores. “Até 2015, o Museu Nacional tinha uma verba de 500.000 reais por ano, o que é ridículo para uma instituição desse tamanho e sobretudo se comparado com a do Museu do Amanhã, que foi criado sem acervo. Não se olha suficientemente para o passado no Brasil. Um país que não cuida de seu passado não pode ter um futuro feliz.”

Negligência com a história

'Luzia morreu', diz presidente do Iphan sobre fóssil no Museu Nacional

Reconstituição do rosto de Luzia a partir do crânio encontrado em Minas Gerais, em 1975 (Reprodução Internet)

A presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, resumiu em uma frase o incêndio que consumiu o Museu Nacional: "Uma morte anunciada". E sem conseguir esconder a tristeza, sentenciou: "Patrimônio não tem como reconstruir. Acabou, acabou."

A reportagem é de Amanda Pupo, publicada por O Estado de S. Paulo, 03-09-2018.

Chefe do instituto responsável pela fiscalização e proteção dos bens culturais do País, ela afirmou ao Estado que providências anteriores à tragédia estavam sendo tomadas, como o projeto financiado pelo BNDES, no valor de R$21,7 milhões, contrato assinado em junho deste ano, para restauração e requalificação do Museu.

"Não tem investimento nessas áreas", disse, referindo-se à preservação de acervos e da própria infraestrutura dos museus. "É o acervo de memória do País inteiro, mas não tem recursos. Os candidatos a presidente da República, nos programas, quase nunca falam de patrimônio e cultura. É preciso acontecer uma tragédia dessas para o Brasil ficar exposto a toda a comunidade internacional", disse, revoltada, Kátia Bogéa.

segunda-feira, setembro 03, 2018

Defesa Civil entra no Museu Nacional para avaliar danos e risco de desabamento


Técnicos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros fazem, na manhã desta segunda-feira (3), uma inspeção no Museu Nacional, que foi destruído pelo fogo. Eles vão calcular o tamanho dos estragos e descobrir se alguma peça ainda pode ser salva.

O incêndio que destruiu parte da história do país foi controlado durante a madrugada. No início desta manhã, bombeiros trabalhavam no rescaldo das chamas. Os militares afirmam que não há chance de desabamento da fachada, mas o interior da construção está sob risco.

O Museu Nacional é a instituição científica mais antiga do país e tinha um acervo de mais de 20 milhões de itens. Entre eles, estava o crânio de Luzia, o fóssil mais antigo das Américas e tesouro arqueológico nacional, e o maior meteorito já achado no país.

Como ocorreu o incêndio

“O dano é irreparável”, diz diretor do Museu Nacional


O diretor de Preservação do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, João Carlos Nara, afirmou à Agência Brasil que o incêndio causa um “dano irreparável” ao acervo e às pesquisa nacionais. Ele acompanha de perto o trabalho dos bombeiros no local e disse que “pouco restará”, após o controle das chamas.

“Infelizmente a reserva técnica, que esperávamos que seria preservada, também foi atingida. Teremos de esperar o fim do trabalho dos bombeiros para verificar realmente a dimensão de tudo”, afirmou o arquiteto e historiador.

De acordo com João Carlos Nara, a equipe de administração do Museu Nacional aguardava o fim do período eleitoral para iniciar as obras de preservação da infraestrutura do prédio.

“É tudo muito antigo. O sistema de água e o material, tudo tem muitos anos. Havia uma trinca nas laterais. Isso é ameaça constante”, disse o diretor.

domingo, setembro 02, 2018

Incêndio: Museu Nacional abrigava múmias e o crânio de mais antiga brasileira


Fóssil de Luzia, com idade estimada entre 12,5 mil e 13 mil anos, estava no museu fundado em 6 de junho de 1818 por Dom João VI.

Vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), museu foi destruído após incêndio: conheça seu acervo, que era o maior da América Latina

O fogo que consome as estruturas do Museu Nacional é a imagem-símbolo de como o Brasil costuma lidar com a ciência e a preservação de nossa história. Com 200 anos completos no dia 6 de junho,essa era a mais antiga instituição científica do Brasil e dona do maior acervo de história natural da América Latina, com mais de 20 milhões de itens. Nos últimos anos, entretanto, o orçamento destinado ao museu ficou cada vez mais reduzido, deixando evidente a necessidade de reformas para a preservação do acervo. Não deu tempo.

O incêndio, que começou por volta das 19h30 deste domingo (2 de setembro), não deixou feridos. Ainda não é possível saber como o fogo começou e nem a extensão dos danos ao acervo do museu, localizado no Palácio de São Cristovão, na Quinta da Boa Vista. Mas as imagens divulgadas dão conta que o estrago é grande: milhares de itens em exposição e que estavam nos arquivos da instituição correm o risco de serem destruídos pelo fogo.

São verdadeiras relíquias da história: a maior coleção de meteoritos do Brasil, fósseis de milhões de anos e o crânio de Luzia, o mais antigo registro humano das Américas que foi encontrado em Lagoa Santa (MG). Além de itens históricos dos povos que formaram o país, o Museu Nacional também abrigava uma acervo com objetos da Antiguidade greco-romana e até a maior coleção de história egípcia da América Latina.