domingo, janeiro 06, 2019

Em entrevista ao Esporte Espetacular Abel Braga comenta missão à frente do Flamengo (vídeo)


Abel Braga assumiu o comando do Flamengo este ano com a missão de fazer o time, favorito nas últimas competições que disputou, deixar de bater na trave e conquistar títulos importantes. Ele retorna ao clube 15 anos depois e com feridas recentes que marcaram sua vida. Mas é justamente o futebol e o desafio à frente do Rubro-Negro que dão mais força para ele tentar lidar com perda do filho João Pedro, de 19 anos, que morreu em um acidente doméstico em julho de 2018.

- O grande segredo disso tudo é o futebol, que tem sido muito amoroso comigo. Ele colocou duas muletas para eu me apoiar e não cair. Eu sei que dentro de mim tem um espaço que jamais vai ser preenchido. Mas o futebol me envolve nessa paixão, que me mantém vivo, totalmente voltado para o que mais gosto de fazer, que é proporcionar alegrias - afirmou.


Abel Braga assumiu o comando do Flamengo este ano com a missão de fazer o time, favorito nas últimas competições que disputou, deixar de bater na trave e conquistar títulos importantes. Ele retorna ao clube 15 anos depois e com feridas recentes que marcaram sua vida. Mas é justamente o futebol e o desafio à frente do Rubro-Negro que dão mais força para ele tentar lidar com perda do filho João Pedro, de 19 anos, que morreu em um acidente doméstico em julho de 2018.

- O grande segredo disso tudo é o futebol, que tem sido muito amoroso comigo. Ele colocou duas muletas para eu me apoiar e não cair. Eu sei que dentro de mim tem um espaço que jamais vai ser preenchido. Mas o futebol me envolve nessa paixão, que me mantém vivo, totalmente voltado para o que mais gosto de fazer, que é proporcionar alegrias - afirmou.

O treinador sabe que a cobrança no Fla será proporcional à expectativa gerada pela torcida, animada com os nomes de peso desejados pela diretoria e pelos milhões que o clube dispõe para montar o time. Na entrevista ao Esporte Espetacular, Abel também responde a perguntas feitas por Zico, Júnior, Rondinelli e Felipe.

GloboEsporte.com: De onde tem tirado forças para seguir adiante depois do sofrimento de perder seu filho no ano passado? O suor está te ajudando a poupar lágrimas?

Abel Braga: Se suor poupa lágrimas, acho que foi um caminho sim. Mas o grande segredo disso tudo é o futebol, que tem sido muito amoroso comigo. Ele colocou duas muletas para eu me apoiar e não cair. Depois de 48h do que aconteceu, eu já estava trabalhando. Devo muito dessa fortaleza ao futebol. Eu sei que dentro de mim tem um espaço que jamais vai ser preenchido. Mas o futebol me envolve nessa paixão, que me mantém vivo, totalmente voltado para o que mais gosto de fazer, proporcionar alegrias, identidades.

Por que aceitou o desafio de treinar o Flamengo?

Eu não sei... talvez Papai do Céu. Aconteceram outros convites, e, se eu tivesse aceitado, poderia ter mais facilidade. Mas esperei, dentro de mim algo me dizia que não era a hora. O Flamengo é o desafio maior, por esse tempo que está com o favoritismo de que vai ganhar e não tem acontecido. Estou feliz com esse desafio.

Calhou muito bem. Fiquei cinco meses em casa. Hoje (sexta) comecei me trabalho de verdade. Entrei no campo com minha comissão e comecei a criar um caminho, uma estratégia de como eu gosto que aconteça, com sinceridade e lealdade. Olhei nos olhos deles. Estou fascinado por isso.

Falta alguém no atual elenco para cobrar mais e estimular mais dentro de campo?

Falta alguma coisinha, isso que eu disse a eles. Temos que descobrir. Esse perfil é fundamental, mas não se adquire com facilidade, em uma semana, duas semanas de trabalho. Temos que ver as respostas não nas vitórias, mas nas dificuldades. São elas que fazem crescer. Preciso conhecer as respostas, saber se preciso de um "maluco" dentro de campo.

Mas está claro que falta alguma coisa. Não é normal um clube que nos útimos 31 anos sempre teve a melhor média de público, que em três anos seguidos termina entre os classificados para a fase de grupos das Libertadores, não estar chegando. Os caras querem chegar. Vamos tentar detectar qual botãozinho não foi ligado.

Arrascaeta, Dedé, Gabigol, Bruno Henrique... Se alguns dos reforços desejados pelo Flamengo forem contratados, qual patamar a equipe pode atingir?

O Flamengo tem um bom time, mas quando chega a esse grupo um jogador que vai dar mais qualificação, convicção e peso, claro que isso é fundamental, não só para o Flamengo. Estamos otimistas, apesar das dificuldades. Quando fala que o Flamengo quer, triplica. Mas a direção faz um trabalho diário.

Há pouco tempo teve um sul-americano que custaria 2 milhões de dólares, aí o Flamengo chegou e passou para 6 milhões de dólares. Não pode ser assim. Não queremos errar, e talvez por isso também a demora.

Neste seu processo de chegada ao Flamengo, conversou com o Dorival Júnior? O que pretende aproveitar dos trabalhos dos últimos treinadores?

Você vê que um time é bem treinado quando vê como terminou o Flamengo. A continuidade do trabalho do Barbieri pelo Dorival... Estou pegando um time bom e montado. Até o momento, o único titular que saiu foi o Réver. Existe um pouco de diferença entre os treinadores, sempre cada um tem uma maneira de ver o que acha que é mais correto. Mas pego uma equipe bem trabalhada.

Mas já precisou atuar como bombeiro nestes primeiros dias? Houve o caso do Diego Alves, que não estava sendo relacionado nos últimos jogos por causa de divergências internas...

Eu conversei com o Diego (Alves) duas vezes. Até falei para ele que não deveria ser eu a ligar. Mas liguei para que ele tivesse convicção plena de que em momento algum o ocorrido teria influênca esse ano. Eu não sei nem o que aconteceu até agora. Não perguntei. Só disse que começamos zerados.

Nós temos bons goleiros. O César mostrou isso. Mas que ele também é um grande goleiro, com experiência. Eu gostaria de contar com ele. Foram as minhas palavras, e acho que ele acreditou. Fico feliz. O Flamengo se mantém forte nesta posição. Seria ilógico ter um goleiro da qualidade dele e ter que sair para buscar um outro. Melhor trazermos jogadores para posições que sentimos mais carência. Porque o Flamengo não vai ter uma equipe para jogar 80 jogos. Precisamos de pelo menos duas equipes e meia. Essa é o caminho que eu vejo.

As carências do elenco já foram identificadas?

Vamos precisar de mais jogadores de lado. Só aí saíram dois (Geuvânio e Marlos Moreno). Hoje temos o Vitinho, e acredito que este ano estará mais forte, mais maduro. Vai sentir menos a responsabilidade que colocaram em cima do menino. Chegar no meio do ano, com o valor que custou... Foi um "resolve". Não é por aí. Temos que resolver com participação de todos.

Temos necessidades óbvias. Tem um menino que me chamou muita atenção no treinamento. Gosto muito disso, de ter um cara que me chama a atenção no primeiro treino. Ano passado foi o Wendel (no Flu). O garoto machucou muito, foi emprestado... Eu ainda confundo o nome de dois ou três, aí perguntei quem era. É o Thiaguinho (Thiago Santos). Interessante esse cara, e é de lado. Vamos ver. Mas realmente precisamos de mais. Temos o Berrío, que tem uma grande velocidade e disposição.

Nestes últimos meses em que você não trabalhou, disse que assistiu a muitos jogos. Acredita que Flamengo e Palmeiras estariam em qual patamar se disputassem algum dos principais campeonatos europeus?

Tudo é questão de modelo. Se colocasse hoje o Flamengo e Palmeiras no Campeonato Inglês, teriam dificuldades, sem dúvida. Mas no primeiro ano. Mesma coisa quando chegam atacantes no futebol europeu. Se analisar, pelo menos 85% dos brasileiros que vão para a Europa e jogam do meio de campo para trás, não encontram problema. Intensidade, poucas faltas marcadas... Mas 70% ou mais dos que atuam do meio para frente encontram mais dificuldade.



No segundo ano, acho que brigariam igual (Flamengo e Palmeiras). Porque muitas dessas equipes são forte por causa da presença de muitos jogadores brasileiros.

Por Bernardo Serrado, Fred Huber e Regis Rosing — Rio de Janeiro

Um comentário:

  1. Abel deixou d ir para o vasco pra ir para esse time de merda é bom q se dê mau

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