segunda-feira, agosto 24, 2015

Condições estruturais da PRF são alvo de debate na Alepe

Dados apresentados pelo Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Pernambuco (SINPRF-PE), de 2010 a 2015, apontam que o trabalho da PRF resultou na economia de R$ 6,8 bilhões, em prevenção de acidentes. (Foto: Reprodução Facebook PRF 191 PE)

Os dois mil e trezentos quilômetros de estradas federais em Pernambuco contam, hoje, com a atuação de 430 policiais rodoviários. O número é metade do ideal, de acordo com a categoria. O aumento do efetivo é a principal reivindicação do grupo, que também busca a reativação de seis postos policiais, fechados nos últimos quatro anos. Essas e outras questões foram discutidas, na quinta-feira passada (20), em Grande Expediente Especial convocado pelo deputado Eduíno Brito (PHS) – que é policial rodoviário federal licenciado.

Ao abrir o debate, o primeiro vice-presidente da Assembleia, deputado Augusto César (PTB), apontou a desativação dos postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) como “prejudicial” para a população. “Isso torna menor o raio de ação dessa importante corporação”, avaliou. As unidades fechadas estão localizadas em Moreno (Região Metropolitana), Carpina (Mata Norte), Salgueiro (Sertão Central), Serra da Santa (Sertão do São Francisco) e em Ribeirão e Quipapá – ambos da Mata Sul. Atualmente, o Estado conta com 16 postos.

Eduíno Brito alertou que essa situação diminui a segurança viária, com a ausência de rondas e fiscalização. As atuais condições de trabalho também foram criticadas pelo parlamentar. “Faltam equipamentos e o número de efetivo é cada vez mais baixo. Há um esforço descomunal desses policiais para o cumprimento da missão”, denunciou.

De acordo com dados apresentados pelo Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Pernambuco (SINPRF-PE), de 2010 a 2015, o trabalho realizado pela PRF resultou na economia de R$ 6,8 bilhões, em prevenção de acidentes. Superintendente adjunto da PRF, o inspetor Ricardo Diniz ressaltou a atuação da instituição, com algumas ações já realizadas somente este ano. De janeiro a agosto, o grupo coletou 15.514 imagens de radar, com veículos acima da velocidade máxima permitida, recuperou 80 veículos roubados e deteve 191 pessoas.

Diniz também salientou a necessidade de concurso público. “Do ano passado para cá, 32 aposentadorias foram concedidas e oito processos para aposentadoria estão em tramitação. No último processo seletivo, realizado em 2012, só recebemos quatro policiais. Os postos estão fechando porque há grande déficit de efetivo”, afirmou.

Outro pleito da categoria é a reestruturação da corporação. Presidente do SINPRF, Frederico França questionou: “Será que falta dinheiro para remunerar bem o trabalho da PRF, com todo o retorno que damos para a sociedade? Será que o Governo realmente está preocupado com a redução de acidentes? Somos a única instituição federal responsável pela diminuição de acidentes no Brasil”.

O deputado Romário Dias (PTB) se posicionou favorável à categoria, sugerindo a formação de uma comissão que dialogue com os deputados federais, em busca da reversão do atual quadro. Uma Audiência Pública com a presença dos deputados federais foi sugerida pelo deputado Rodrigo Novaes (PSD): “Precisamos pressionar o Governo Federal para que olhe com mais sensibilidade”.

Ressaltando que a presidente Dilma Rousseff estará em Recife amanhã, o deputado Aluísio Lessa (PSB) propôs que os policiais rodoviários federais reivindiquem a ela mais atenção à corporação. “As faixas que estão aqui, e outras que ainda podem ser produzidas, cabem muito bem nessa visita presidencial. É hora de cobrar. Essa é uma das mazelas promovidas pelo Governo do PT”, opinou.

Presente no debate, o major Laércio Barbosa, do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPtran), chamou atenção para o impacto do fechamento dos postos da PRF no Pacto Pela Vida. “Em uma crise, um gestor pode pensar que cortar essas unidades é uma medida de economia, mas polícia é investimento. Quando se fecha um ponto desse, a sociedade fica desprotegida”, argumentou.

Ao final do Grande Expediente Especial, Eduíno Brito destacou que um documento será enviado ao Ministério da Justiça e à Presidência da República para que providências sejam tomadas.

Alepe

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