quarta-feira, junho 03, 2015

Mulher de executivo é presa suspeita de mandar matar o marido


A vítima Eduardo Barreto e a mulher dele, Eliana Barreto, suspeita de participar da morte do marido (Foto: Reprodução/Facebook)
A vítima Eduardo Barreto e a mulher dele, Eliana, suspeita de participar da morte do marido

A Polícia Civil prendeu a mulher do executivo Luiz Eduardo de Almeida Barreto e o suposto amante dela nesta quarta-feira (3). Os dois são suspeitos de mandar matar o diretor comercial de 49 anos, assassinado a tiros na segunda-feira (1º), em uma travessa da Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, no Brooklin, Zona Sul de São Paulo.

Para a polícia, Eliana Freitas Barreto e Marcos Fábio Zeitunsian, ambos de 46 anos, contrataram Eliezer Aragão da Silva para matar Barreto.

Eliezer, de 46 anos, havia saído recentemente da prisão e estava em liberdade condicional.

Dinheiro
Segundo a polícia, Eliana pediu um empréstimo no banco no valor de R$ 7 mil e transferiu o dinheiro para a conta de Marcos. O amante, por sua vez, teria pagado R$ 3 mil para Eliezer matar o executivo.

A Justiça decretou prisão temporária de Eliana e Marcos por 30 dias. A mulher e o amante foram indiciados e podem responder por crime de homicídio. Eliezer, além de indiciado por homicídio, também vai responder pelo roubo, mesmo tendo sido simulado para encobrir a intenção real de assassinato.

A mulher da vítima foi presa na manhã desta quarta ao ir até a delegacia para prestar depoimento. Ela estava acompanhada do pai e do cunhado e teria confessado o crime. Marcos foi preso no apartamento onde mora, em Santana, Zona Norte de São Paulo, também pela manhã.

Investigação
Luiz Eduardo e Eliana estavam juntos há 30 anos e moravam em Aparecida, no interior de SP, com os dois filhos, de 15 e 17 anos. Eliana e Marcos se conheceram há 13 anos, quando tiveram um caso. Há dois anos eles se reencontraram, e desde então a mulher mantinha a relação extraconjugal.

A polícia chegou até Marcos analisando imagens de câmera de segurança da região onde ocorreu o crime. Elas mostraram ele conversando com o Eliezer e apontando quem era o empresário para o executor.

Ao analisarem o Facebook de Marcos, os investigadores tiveram uma surpresa ao ver que ele era amigo da mulher da vítima na rede social. "Uma coisa que chamou a nossa atenção foi que, ao identificarmos o Facebook do Marcos, a gente viu que ela [Eliana] era amiga dele no Facebook. Isso causou estranheza", disse o delegado titular do 96º DP (Brooklin), Anderson Pires Gianpaoli.

Relação extraconjugal
No celular de Marcos, a polícia encontrou fotos íntimas dele com Eliana. "Em nenhum momento eles negaram [o caso] que a prova é muito robusta. Há vídeo e fotos íntimas do casal no celular do Marcos", disse o delegado.

Segundo a polícia, Eliana e Marcos se conheceram em um semáforo em São Paulo há 13 anos e depois se separaram. Há dois anos, eles se reencontraram pelo Facebook e retomaram o relacionamento.

Segundo os investigadores, o amante se encontrava com a esposa da vítima nos intervalos de aula dela, em Aparecida, onde Marcos passou a ficar durante a semana bancado por Eliana. Enquanto isso, Luiz Carlos passava a semana em São Paulo trabalhando.

Acordo
As investigações apontam que Eliana e Marcos planejaram o crime há cerca de um ano, em comum acordo. Marcos trabalhava na segurança de um shopping em Santo Amaro.

Ele teria feito contato com o parceiro de cela de Eliezer Araújo, que já saiu da cadeia, em 7 de maio, sabendo que executaria Luiz Eduardo.

"O Eliezer já sabia que executaria esse crime. Quando ele saiu, ele conheceu o Marcos e eles arquitetaram o crime. Nas ultimas três semanas, o Eliezer e o Marcos vieram aqui na região da Berrini e, com as informações passadas pela esposa, como endereço, carro que o Luiz Eduardo usava, foi feito um levantamento da rotina da vítima", afirmou o delegado titular do 96º DP.

Ainda de acordo com o delegado seccional Jorge Carrasco, o amante teria mentido para o assassino para convencê-lo de executar o crime, dizendo que Luiz Eduardo tinha estuprado uma filha de um amigo dele.

Segundo o delegado Anderson Gianpaoli, Marcos e Eliana ainda trocaram mensagens via Whatsapp pouco antes e logo após o crime.

"O Marcos disse que antes do crime acontecer, ela ligou e perguntou: 'como estamos'? E ele respondeu: 'calma, porque quando acontecer eu vou te avisar'", disse o delegado titular do 96º DP. "Depois que o crime ocorreu, foi dito para ela: 'o veículo foi vendido'. Foi esse o código, que significava que o marido estava morto. Para nós, falando a respeito do perfil dela, acho ela uma pessoa muito fria", completou.

O crime
Luiz Eduardo foi morto a tiros por volta das 14h30 de segunda-feira, quando voltava do almoço com um colega de trabalho. Ambos foram abordados na Rua James Watt, uma travessa da movimentada Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini.

O criminoso pegou celulares e carteiras dos dois para simular um roubo. Depois, mandou o colega de Luiz Eduardo ir embora e disparou três vezes contra o executivo, que morreu no local, aparentemente sem ter esboçado qualquer reação.

Acionada por testemunhas, a Polícia Militar (PM) prendeu Eliezer perto da estação Berrini da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Ele estava com um revólver calibre 38 com numeração raspada e os pertences dos dois homens.

Detido, ele confessou o crime e apontou os mandantes, segundo Anderson Pires Gianpaoli, delegado titular do 96º Distrito Policial, no Brooklin.

Em liberdade condicional havia menos de um mês após cumprir parte da pena por latrocínio (roubo seguido de morte), Eliezer estava preso na Penitenciária de Valparaíso, cidade a 564 km da capital paulista. Atualmente, ele morava em São Miguel Paulista, bairro da Zona Leste da cidade.

G1 SP

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