sábado, agosto 03, 2013

Cantor e compositor Gean Ramos é entrevistado pelo Blog de Assis Ramalho

Cantor e compositor Gean Ramos é atração do Trupé de Cultura
Foto: Assis Ramalho

O cantor e compositor Gean Ramos, conhecido como cantor Pankararu, é atração deste sábado (03), às 22 horas, no palco do Trupé de Cultura, evento promovido pelo empresário Jadilson de Souza Ferraz em comemoração aos 16 anos de atividade do Grupo Trupé, marcando a inauguração do espaço Trupé Cultural, primeiro museu particular do município de Petrolândia. O Trupé de Cultura tem eventos marcados durante todo o dia de hoje e também do domingo, na Orla Fluvial da cidade.

Gean Ramos foi entrevistado pela reportagem do Blog de Assis Ramalho, pouco depois da brilhante conquista do cantor e compositor na Exposamba São Paulo 2013, do qual participou com a músicas, Joanas Marias e Terezas (Saia Florida) e foi o único artista a obter dois prêmios: 2o. lugar do júri técnico e 4o. lugar no júri popular.

Entre outros assuntos tratados na longa entrevista, de uma hora de duração, Gean Ramos, que atualmente trabalha na divulgação do DVD Trajetória, falou sobre sua carreira, sua formação musical, sua batalha para se firmar no meio musical e o reencontro com a cultura Pankararu, que permeia sua música. O compositor criticou a falta de apoio dos governantes à cultura local, em detrimento de artistas de fora e comenta sua vitoriosa participação na Exposamba 2013.

No início da nossa reportagem, transmitimos os parabéns a Gean Ramos pela conquista na Exposamba São Paulo 2013. Em seguida, pedimos que o cantor pankararu traçasse um painel do estilo de sua música e da trajetória de sua carreira.

Gean Ramos: ''Antes de tudo, eu quero agradecer pelas sua palavras de incentivo. Sobre o meu trabalho, é um trabalho que vem sendo desenvolvido não apenas a partir deste festival em São Paulo pra cá. É um trabalho que já vem sendo sequenciado de muitas andanças, de muitas buscas. A gente vive em uma região em que existem muitos talentos e existem ainda muitas coisas para acontecer. Sobre a minha música, ela tem uma proposta universal e, exatamente por isso, durante muito tempo ela não foi compreendida aqui na região, porque é uma música que não é feita para os limites dos municípios, nem para os limites dos estados. É uma música do mundo. É uma música que fala de contextos que se vivem aqui, na África, na França ou em qualquer outro lugar. Então, saí daqui com um propósito de representar um município, um estado, uma região, porque, independente de qualquer coisa, eu não nego as minhas origens. Eu sou natural da cidade de Jatobá, eu sou natural de Petrolândia, porque eu tenho fortes ligações com essa cidade. Desde a Petrolândia antiga, que foi o lugar onde os meus irmãos e os meus tios moravam. Sobre a velha Petrolândia, eu tenho vagas lembranças porque eu era muito pequeno e eu morava no sítio Bem Querer. Mas eu lembro que quando eu ia à cidade era uma emoção muito grande''.



Perguntamos de onde veio o dom, o gosto pela música.

''O meu bisavô, avô do meu pai, que era um negro muito forte, veio dos quilombos, da África. Ele trouxe consigo o hábito de dançar e cantar, uma coisa que tem o nome de samba de coco, nos terreiros amassando barro, onde estavam sendo construídas casas de taipa. E ele, por ser uma pessoa muito forte, se chamava Mourão, que é aquele pau de canto de cerca que aguenta o repuxo e segura o restante do arame. E essa prática era uma coisa muito musical, porque era a música que ele tinha como tradição, e juntava tudo aquilo com um momento de sociabilidade muito grande com as comunidades. Isso, de alguma forma acabou passando para o meu pai, tudo de uma forma muito inocente, sem pretensões artísticas nem de ter aquilo como uma vida profissional. O meu pai, desde muito cedo, também tocava o violãozinho dele. Ele gostava muito de tocar cavaquinho e acabou passando (essa musicalidade) pra gente de alguma forma. Quando chegaram os religiosos lá na aldeia Pankararu, o meu pai se converteu e, nessa convenção ,ele deixou de cantar as "músicas do mundo", como se dizia na época, e passou a cantar somente as músicas religiosas. Automaticamente, os meus irmãos que já eram nascidos e eu, que nasci depois, crescemos no seio evangélico. Então todos tocam violão. Somos onze irmãos e todos cantam e são afinados. A gente formou o coral da Igreja Batista do Bem Querer por muito tempo. Durante a minha adolescência eu tive muita vontade de me tornar jogador de futebol, mas tudo não passou de uma ilusão, porque eu sou ruim de bola pra bexiga, eu não jogo nada (risos). Então, quando eu vi que não dava pra ser jogador de futebol, eu comecei, sozinho, a montar um repertório de músicas. Inclusive eu participei em Petrolândia, no ano de 1997, com o meu grande amigo Cid, da dupla Jean e Cid, que partiu e que Deus o tenha lá. Cid foi um parceiro da gente em um projeto que a gente tinha em Itaparica, que era o D Kara Lisa, que era uma bandinha que a gente tocava músicas pra galera dançar, e depois Cid montou uma banda aqui em Petrolândia chamada Malandriado, em que eu tocava cavaquinho. Mas nesta banda eu não cantava, eu só tocava cavaquinho e, às vezes, violão, porque era o meu papel, apenas tocar.''

Gean afirma que, diante dificuldades causadas pela seca na região, partiu para Brasília, para pedir ajuda para o seu povo Pankararu, e por lá ficou para se arriscar na carreira de cantor profissional.


''Nessa época houve uma seca danada. O povo Pankararu precisava de água. Nós fizemos um abaixo-assinado com o povo da comunidade e eu fui levar esse documento em Brasília, na FMS, que hoje é a Funasa. E lá em Brasília eu já fiquei tentando uma escola de música, através da Funai, mas eu não consegui. Mas, como eu já tinha um repertório pronto, eu comecei a tocar em barzinhos. Até então, nesse período, eu tocava pelo jantar, porque pelo dia eu tinha o café e o almoço na pensão da Funai, e à noite eu ia para o barzinho tocar pelo jantar, e também de alguma forma eu estava aprendendo. Eu passei um ano nessa vida em Brasília e depois fui para Florianópolis. Mas ao chegar em Florianópolis eu a princípio não consegui nada com a música, e comecei a trabalhar como ajudante de garçom. Passei três meses trabalhando como ajudante de garçom, mas todos os dias eu levava o meu violão para o trabalho, na esperança de que um dia o músico que tocava no restaurante iria faltar, e aí iria ser a minha oportunidade de mostrar o meu talento perante o dono do restaurante, que até então não sabia que eu tocava e cantava. Então eu torcia desesperadamente para que um dia o cara faltasse, e esse dia aconteceu. O cara não foi. Eu, com o meu violãozinho guardado, e o dono do restaurante agoniado, aperreado, e foi quando um colega de trabalho disse "rapaz, não tem um pernambucano aqui . Esse pernambucano toca." Foi quando o dono do restaurante chegou pra mim, todo desconfiado de que eu não tocava nada, e me perguntou se eu tocava e cantava, e eu disse que sim. Então ele, ainda muito desconfiado, mandou eu trocar a roupa de garçom, e me ordenou que eu fosse tocar e cantar. E quando eu cheguei lá eu botei pra torar. Todos gostaram, eu arrebentei naquela noite, e o dono do restaurante me disse que eu iria ser o músico da casa. Foi quando um jornalista de lá conheceu a minha história em um jornal e as coisas começaram a acontecer, e eu lancei um disco em Florianópolis, chamado Conquista, com sete músicas. Esse disco tocou em várias rádios de lá e as coisas começaram a acontecer mais ainda, e eu fiquei por Florianópolis durante uns três anos. Depois, eu fui para o Rio de Janeiro, para tentar algo maior, mas lá eu não tive muito êxito. Apenas tocava em barzinhos. E aí eu tive que começar tudo do zero. Vim pra João Pessoa, na Paraíba, onde eu me engajei com uns músicos muitos bons, e esses caras me deram um direcionamento. Eles me disseram para eu priorizar o que era meu, porque até então eu achava que por eu estar tocando todo tipo de músicas em um restaurante estava bom. A partir daí eu comecei a fazer muitas composições e eu descobri que as coisas culturais eram as coisas mais fortes que eu tinha. A partir dali eu comecei a pesquisar. Vim pra cá, passar uma temporada aqui em Pankararu, e aqui eu me isolei. Passei seis meses só compondo e pesquisando a cultura Pankararu pra ver como eu iria compor sem ferir a cultura Pankararu, sem mexer com a religiosidade, sem mexer com a crença e o respeito que o povo tem por aquela cultura. A partir daí foi que eu comecei a falar sobre aquilo que eram as práticas culturais e que poderia ser exposto. E aí, em 2008, eu lancei um disco em João Pessoa, já com composições, frutos destas pesquisas. Neste período eu me engajei em um navio transatlântico, desses que fazem cruzeiro pelo litoral brasileiro, e fiquei dois anos consecutivos trabalhando no navio, chegando a viajar para fora do Brasil. Quando eu terminei a temporada no navio, eu fiquei em São Paulo. Lá eu tentei programa de rádio, tentei programas de televisão para ver como um artista se comportava durante um show, ou seja, eu fui aprender. Nesse período em que eu estava em São Paulo, eu,às vezes, voltava para João Pessoa, onde eu fazia um show na Paraíba, às vezes, em Recife, depois eu voltava para São Paulo; E nessas idas e vindas o meu pai faleceu. E aí foi uma coisa muito drástica pra mim e minha luta maior era tentar dar esse orgulho ao meu pai, porque um dos motivos que me fizeram ir embora foi o fato de ele acreditar que viver de música não era coisa de gente responsável. E desde então eu trouxe isso no capricho. Eu não bebia, eu não usei drogas, tudo isso para não dar margem para o meu pai achar que aquilo era um ato irresponsável. Então essa minha gana, esse meu desejo de sair, era exatamente para mostrar para a minha família que a música era um caminho bom. Aí, depois da morte do meu pai, veio a queda pra mim, e eu disse "quer saber? eu vou voltar pra casa e cuidar da minha mãe". E voltei pra cá, depois de estar em São Paulo, com muitas coisas para acontecer. Eu deixei tudo que estava acontecendo na minha vida para vir cuidar da minha mãe, porque eu entendia que eu preservando ela. O meu sonho e os meus objetivos viriam mais fortes depois. E aí eu passei por um tempo muito difícil, eu passei cerca de um ano em Pankararu, sofrendo muito com a perda do meu pai, mas um dia um amigo me chamou para ir em Paulo Afonso, e quando chegamos lá em um barzinho tinha um camarada tocando e me chamaram para eu dar uma canja. A partir dali, após o povo presente ter aprovado as minhas músicas que eu toquei, me surgiu algo interessante. Eu disse "eu vou começar a fazer um trabalho a partir daqui". Me juntei com companheiros de Paulo Afonso, montei um trabalho e comecei a fazer shows pela Fundarpe-Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, fazendo shows por vários municípios de Pernambuco, e as coisas começaram novamente a acontecer, e me veio a ideia de dar mais um pulo na minha vida, que foi de gravar um DVD ao vivo. Esse DVD eu gravei em 2011, em Paulo Afonso, praticamente sem apoio nenhum, arcando com as minhas condições financeiras. Mas a prefeitura de Paulo Afonso me cedeu o espaço, o palco, a iluminação, o que me ajudou muito. Após eu ter feito a gravação, eu fiquei o ano inteiro editando o DVD e lancei o DVD em 2012. A partir dali eu comecei a fixar os pés realmente na região como um potencial da região''.

Perguntamos como surgiu a oportunidade de participar da Exposamba de São Paulo.

''Eu tomei conhecimento através da internet, e quando as inscrições se abriram eu já estava ligado. Os organizadores da Exposamba pediram para que eu gravasse um vídeo das músicas e encaminhasse para eles fazerem a análise, para que, se eu fosse aprovado, ser chamado para me apresentar em São Paulo. Eu fiz a inscrição pela internet, mandei os vídeos e três dias depois chegou a notícia que as minhas músicas tinham sido selecionadas e que eu tinha que me apresentar em São Paulo em determinada data. Ao chegar em São Paulo, eu soube que foram selecionadas mil e duzentas músicas. Entre essas mil e duzentas eu estava selecionado com quatro músicas. Ali já era uma grande conquista pra mim. Pô! Eu sou do Sertão, um local que não tem tradição com o samba. A tradição no sertão é o forró e todo mundo vê como uma coisa muito regional''.


Sobre a primeira fase da Exposamba:


''No dia da apresentação da primeira fase, das mil e duzentas músicas selecionadas, eu fiquei entre as cento e vinte melhores. Caramba! Eu fiquei muito feliz e com medo de divulgar isso e gerar um expectativa no povo e depois não dar em nada. Aí fomos para a terceira eliminatória, em que eu fiquei entre as cinquenta melhores músicas. Aí eu não me contive e comecei a divulgar, porque o meu povo precisava saber e torcer por mim, mandando as energias boas, porque o povo do sertão é muito fiel''.

A importância do Blog de Assis Ramalho durante a competição em São Paulo:

''A partir dali eu passei a contar com o grande apoio do Blog de Assis Ramalho. Você começou a publicar a minha participação na Exposamba e, graças a Deus, você tem um prestígio e grande credibilidade. Você vem com um trabalho já há muito tempo. Apesar de nós não nos conhecermos pessoalmente (até o momento desta entrevista), eu acompanho o seu trabalho. Para que você tenha uma ideia, quando eu estava fora daqui, quando eu queria saber notícias, eu acessava o Blog de Assis Ramalho, porque eu já sabia da importância das suas notícias, desde as questões políticas, as questões culturais, questões esportivas e acontecimentos aleatórios da região. Aí, voltando à Exposamba, eu fiquei entre os cinquenta e eu já estava nas nuvens. Entro na 4ª fase e, entre os cinquenta, eu fico entre os vinte e quatro, e já estava indo para a semifinal. Aí, eu já achei que eu podia ir para a final. Até então, eu não estava acreditando, mas depois desta classificação entre as vinte e quatro, quando eu subia no palco, eu já tinha uma torcida grande, já tinha muita gente me incentivando e acreditando, e eu não queria muito me envolver, porque eu não queria me decepcionar depois. Mas quando eu saía do palco todos diziam que eu merecia. Eu tinha uma torcida organizada que não era jabá (torcida comprada), eu não fiz nada, eu não gastei um centavo para ter o apoio deles. Quando eu entrava no palco (SESC-Pompeia-SP) a receptividade do povo era uma coisa muito carinhosa, era o povo cantando a música porque eles vinham acompanhando as eliminatórias. E a partir dali, com aquele apoio, eu comecei a ficar mais confiante, mais tranquilo e mais seguro. E aí, das vinte e quatro composições, eu entro entre as doze melhores, escolhidas pela participação popular e pelo júri técnico. Então, eu saí da votação popular, com mais de um milhão de votos, ficando em quarto lugar, e também tive premiação por ficar em segundo lugar no júri técnico. Foi uma glória inesquecível. Mas, independente de qualquer coisa, chegar em em segundo lugar e quarto lugar na Exposamba foi um grito de guerra, de vitória, pra dizer que no Sertão de Pernambuco, da Bahia, de Alagoas, existe talento e a gente precisa dessas oportunidades''.

Perguntamos ao cantor e compositor qual será seu rumo profissional a partir de agora, após a conquista em São Paulo, se ele pretende continuar em Jatobá, em nossa região:

''Assis, essa região é um combustível pra mim. Eu nunca consegui me afastar dessa região, eu nunca consegui ir embora de vez e ficar sem vir aqui. Agora, é lógico que o tipo de trabalho que eu faço tem uma aceitação maior fora daqui, mas eu quero mudar essa história. Eu quero dar orgulho para o povo desta região. Eu posso não ser reconhecido por ninguém aqui, mas eu vou lutar para inserir no contexto musical do Brasil a nossa região e a nossa verdade. Com isso, eu espero um dia ter o reconhecimento. Eu vou continuar aqui, tentando, batendo nas portas das prefeituras, tentando fazer os meus shows. Até porque Assis, ninguém aqui vai estar abrindo oportunidade pra me ajudar, vai estar dando oportunidade para um artista, como vários artistas vem de fora e fazem shows aqui, e eu vou para a cidade desses artistas que chegam aqui e sou aplaudido. Então eu vou continuar aqui na região, mas as dicas que o povo de fora e até mesmo da região me dão, é que eu devo sair daqui. Mas eu quero quebrar essa barreira e vou conseguir. Agora mesmo, eu vou voltar para São Paulo, porque eu tenho CD e DVD para gravar ao vivo da Exposamba. Eu tenho turnê pelo estado de São Paulo e, agora mesmo, se eu quisesse, eu poderia ficar em São Paulo. Mas eu não quero largar esta região, porque a minha busca não é ser um milionário, a minha busca é ajudar o ser humano de alguma forma, porque Deus quando me deu esse dom, Ele não me cobrou absolutamente nada. Dentro da honestidade e dos princípios que a minha mãe e meu pai me deram, eu não me sentiria bem fazendo algo apenas por dinheiro e dar satisfação às pessoas, mostrando que eu tenho um carrão, por exemplo. Então, eu não estou ligando pra isso''.

Perguntamos se suas músicas são gravadas por outros artistas, e se já houve algum contato com artistas do sul do país.

''Eu nunca busquei alguém para gravar as minhas músicas e eu vou dizer por quê. As minhas músicas, na verdade, elas são histórias, e por elas serem histórias, devem ser contadas, a princípio, por quem vivencia essas experiências. As minhas músicas são verdades, não são mentiras, e eu gosto de passar essas verdades. Lógico que se alguém hoje me procurar dizendo que quer gravar uma música minha, eu cedo, autorizo. Eu já enviei para alguns artistas de nível nacional, mas ainda não recebi a confirmação, então, por enquanto, eu não posso adiantar nada''.

Gean Ramos diz que falta apoio dos governantes da região.

''Assis, cadê os governantes desta região que não prioriza a nossa cultura? cadê o governo do estado de Pernambuco que não abre as oportunidades para quem é do Sertão mostrar a sua arte também na capital? O governo de Pernambuco exporta artistas para fazer turnês no exterior e nós, aqui do Sertão, não temos oportunidades. Falta apoio municipal e estadual. Eu já fui muito humilhado em portas de prefeituras. As prefeituras não me reconhecem e eu nunca fiz campanha política para lado nenhum, mas também nunca babei o ovo de político nenhum. Eu sou uma pessoa da sociedade, que tem um trabalho artístico cultural, que luto para manter as minhas tradições, a minha cultura e falo aquilo que o povo sente. Agora, se o que eu falo mexe com a questão política ou com o descaso político que o país vive, a culpa não é minha, porque eu estou apenas falando a verdade. Quer dizer, uma pessoa lá fora pode criticar e falar o que quiser e eu, como artista, não posso colocar na música, porque ofende? Eu acho que os políticos deveriam fazer a sua parte e parar de ficar introduzindo bobagem na cabeça da juventude, que ainda não tem uma personalidade formada. Eles (os políticos) ficam colocando bucha para encher a cabeça da juventude com porcaria, para a juventude não despertar para a questão crítica e não ver as coisas feias que são feitas de baixo dos panos. E as músicas que eu faço, ajuda o camarada a pensar que as coisas deveriam estar diferentes''.

Agradecemos a Gean pela entrevista concedida e pedimos suas considerações finais.

''Eu quero agradecer pelo espaço que o Blog de Assis Ramalho tem dado à minha pessoa. A partir do momento em que você coloca uma foto ou uma frase que tem o meu nome, eu sei e tenho total consciência de quantas mil pessoas estão vendo isso, então eu é que agradeço o espaço que o Blog de Assis Ramalho tem me dado. E também quero agradecer aos meus parceiros, que trabalham comigo. Quero agradecer o apoio da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso, que tem me ajudado dentro do possível. Eu quero também agradecer à Destaque Informática e Copiadora, de Jatobá, à Net Mania, também de Jatobá, à Fina Flor de Paulo Afonso, que é a loja que me veste. Quero agradecer o apoio que a minha família me deu e a todos foram para o computador e votaram em mim. Quero agradecer também ao programa Balaio da Rádio Delmiro, de Delmiro Gouveia (AL). E, hoje, por estar aqui ao seu lado (de Assis Ramalho), e por tudo que você fez, eu tenho o carinho e o agradecimento forte e verdadeiro por você e pelo seu trabalho''.

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Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Assis Ramalho

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