Comerciantes retiram material do açougue municipal na tarde de quarta-feira (Foto: Lúcia Xavier)
A interdição do açougue municipal complementa a paralisação dos abates no Matadouro Público Municipal, ocorrido pouco antes. Com o fechamento dos equipamentos públicos em situação precária, lamentam os comerciantes que vão deixar de fazer as suas vendas, alguns com perda dos produtos, e os consumidores que, provavelmente, vão pagar mais caro, tanto no produto in natura para preparo em domicílio quanto nos estabelecimentos de alimentação. Os cães e gatos em situação de rua, visitantes ou moradores dos arredores do Mercado Público, também vão sofrer (mais), com a falta um osso descarnado ou um pedaço de carcaça, descartados pela misericórdia humana.
Cães e gatos em situação de rua, moradores da Praça dos Três Poderes, a poucos metros do Mercado Público
Matadouro Público - O matadouro público de Petrolândia foi fechado na semana passada, antecipando-se à FPI. O local está em reforma, há muitos e muitos meses. As condições de funcionamento e a morosidade da reforma, com sucessivas substituições dos responsáveis pelo serviço, também são severamente criticadas.
Segundo informações do secretário municipal Marcos Rogério Viana, com o fechamento temporário do Matadouro Público, o abate dos animais deve ser feito em Ibimirim, município à distância de 80 a 160 km, aproximadamente, a depender do roteiro escolhido para a viagem.
Prefeitura justifica fechamento do açougue municipal - Em nota publicada no site institucional da Prefeitura de Petrolândia, não divulgada à mídia local, a administração municipal justifica a interdição, sob alegação de ter sido feita com "a finalidade de corrigir práticas inadequadas de acondicionamento, higiene e manipulação de alimentos por parte dos comerciantes". Ainda de acordo com a nota, "tendo a grande maioria [dos comerciantes] inclusive sido anteriormente orientados e notificados pela vigilância sanitária municipal".
Na nota, a prefeitura se estende, ainda, sobre a necessidade de atualização de cadastro e pagamento dos débitos em atraso devidos pelos comerciantes, além de criticar o protesto realizado por vendedores de pescado que despejaram o produto no pátio em frente à sede do Executivo Municipal, na Praça dos Três Poderes, "desrespeitando a lei, as autoridades e promovendo o desperdício de alimentos".
Nota - Confira abaixo a nota de esclarecimento da Prefeitura de Petrolândia sobre o fechamento do açougue municipal (Mercado da Carne).
O município de Petrolândia esclarece que a interdição do açougue municipal resultante da ação de órgãos que compõem a FPI-PE do Rio São Francisco tem a finalidade de corrigir práticas inadequadas de acondicionamento, higiene e manipulação de alimentos por parte dos comerciantes, tendo a grande maioria inclusive sido anteriormente orientados e notificados pela vigilância sanitária municipal.
Em reunião na noite dessa quarta-feira mediada pela equipe da FPI e com a participação dos comerciantes e representes da Prefeitura ficou esclarecido que o município apresentou os detalhes da reforma do mercado público (já com ordem de serviço), as condições para a atualização cadastral e o pagamento de débitos em atraso dos empreendedores com até 80% de desconto. Nesse sentido a primeira atitude de quem quer resolver é reconhecer que existem falhas e não querer entrar num jogo de transferir responsabilidades e, sim, juntos, fazer o que precisa ser feito para que na próxima semana se tenha um açougue público que atenda com mais qualidade os consumidores.
É de lamentar a atitude de um pequeno grupo liderado pelo agente da Pastoral da Pesca em jogar peixes nos logradouros públicos desrespeitando a lei, as autoridades e promovendo o desperdício de alimentos, bem como, sua postura de tentar a desconstrução dos objetivos da FPI.
Tranquilizamos todos, pois a gestão municipal e os comerciantes estão unidos e empenhados em reabrir com muito mais qualidade o açougue na próxima semana.
Saiba mais sobre a FPI-PE
Redação do Blog de Assis Ramalho
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