terça-feira, outubro 24, 2017

Instituto organizador nega fraude em concurso do TJPE


O presidente do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), Alexandre Faraco, negou a possibilidade de ter havido fraudes durante a aplicação das provas do concurso do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no último dia 15. A Polícia Civil da Paraíba está investigando uma organização criminosa que teria fraudado mais de 100 concursos em vários estados do Brasil. Segundo a Delegacia de Defraudações e Falsificações da Paraíba, três integrantes desse grupo estavam inscritos no certame do TJPE. A seleção teve participação total de 179.548 pessoas, disputando 109 vagas de níveis médio e superior. De acordo com o IBFC, dos três suspeitos apontados pela polícia paraibana, dois não comparecerem no dia da prova.

“Antes da aplicação das provas, o IBFC realizou um trabalho em conjunto com o setor de inteligência da Polícia Civil de Pernambuco, onde trocamos listas com nomes de possíveis suspeitos e vários documentos. Não existe a possibilidade de ter acontecido fraude. Nenhum candidato usou telefone celular durante a realização da prova”, afirmou o presidente do IBFC, Alexandre Faraco. O delegado Lucas Sá, que está à frente das investigações na Paraíba, afirma que está finalizando o inquérito no qual cerca de 80 pessoas serão indiciadas por fraudes em diversos concursos, entre eles o do TJPE. Os supostos crimes estão sendo apurados pela Operação Gabarito.


“Sabemos quem são as pessoas que fazem parte do esquema criminoso, mas ainda não temos os nomes das pessoas que seriam beneficiadas com o golpe. Vamos aguardar a lista com os nomes dos aprovados para obter a identificação das pessoas que compraram as respostas da prova do TJPE ao grupo”, pontuou o investigador. Ainda de acordo com o delegado, três suspeitos de fazer parte do esquema estavam inscritos no concurso do TJPE. “As três pessoas que foram apontadas pelo delegado da Paraíba já estavam sendo monitoradas por nós. Os dois homens não chegaram a fazer a prova. Não compareceram na data do concurso. Já a mulher passou por uma inspeção rigorosa antes de entrar na sala onde respondeu às questões. Não houve fraude nenhuma”, destacou Faraco.

Procurada novamente pelo Diario, a Polícia Civil pernambucana disse que não recebeu nenhum registro sobre a investigação da fraude da polícia da Paraíba no concurso do TJPE. Segundo os investigadores paraibanos, o esquema ocorre pela contratação de professores e uso de equipamentos eletrônicos para transmitir respostas. Os candidatos interessados em participar têm que pagar o equivalente a dez vezes o salário inicial do cargo desejado. O delegado Lucas Sá afirma que além de indiciar os suspeitos identificados na participação dos golpes, a polícia pedirá a demissão dos servidores que já chegaram a tomar posse nos cargos, aprovados mediante fraude.

Diário de Pernambuco

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