quinta-feira, setembro 14, 2017

PF termina busca na casa de Blairo Maggi e sai com malote e computador

Maggi foi alvo da Operação Malebolge (Foto: André Coelho/O Globo)

A Polícia Federal (PF) fez buscas e apreensões em 64 endereços, incluindo a casa do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), e o gabinete do deputado federal Ezequiel Fonseca (PP-MT) na Câmara dos Deputados. Os mandados são parte da Operação Malebolge – que corresponde à 12ª fase da Ararath – e são cumpridos a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os agentes da PF saíram do imóvel do ministro carregando um malote e uma matriz de computador (CPU). Não houve confirmação de que ele estaria no local.

De acordo com a PGR, a operação tem caráter sigiloso nenhum detalhamento será apresentado enquanto a operação estiver acontecendo. O STF informou que o caso está nas mãos do ministro Luiz Fux e que, como o caso corre sob sigilo, nada será comentado por enquanto.


Segundo a PF, participam da ação 270 pessoas, entre policiais federais e membros do Ministério Público Federal (MPF) nos seguintes municípios: Cuiabá, Rondonópolis (MT), Primavera do Leste (MT), Araputanga (MT), Pontes e Lacerda (MT), Tangará da Serra (MT), Juara (MT), Sorriso (MT), Sinop (MT), Brasília (DF) e São Paulo (SP).

Investigado em inquérito perante o STF por organização criminosa, Blairo foi citado na delação premiada do ex-governador do Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB). Na delação, Barbosa confessou ter intermediado repasse de R$ 4 milhões, a pedido de Blairo e do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), ao deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), em 2008, com o fim de comprar apoio do partido nas eleições municipais. À época, segundo Barbosa, o partido teria declarado apoio ao adversário do aliado de Blairo.

O delator narrou que o então Secretário de Fazenda de Mato Grosso, Eder Moraes (PMDB), foi designado a conseguir os valores para pagar Bezerra e que apresentou ao chefe da pasta o operador financeiro Júnior Mendonça, que teria conseguido R$ 3,3 milhões – “parte em cheque, parte em dinheiro”. Quando pediu a abertura de inquérito, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atribuiu ao ministro da Agricultura “a função de liderança mais proeminente na organização criminosa” delatada por Silval Barbosa. Maggi e Fonseca ainda não se pronunciaram sobre o assunto.

Agência Brasil

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