domingo, junho 18, 2017

Líderes de 'operação padrão' da PM de Pernambuco são expulsos da corporação

Presidente e vice da ACS-PE (de amarelo) chegaram a ser presos no fim do ano (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

O presidente da Associação dos Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE), Alberisson Carlos, e o vice da associação, Nadelson Leite, foram expulsos da Polícia Militar. Os dois estavam entre os líderes do movimento da categoria no final do ano, quando policiais abandonaram o Programa de Jornadas Extras (PJEs) e iniciaram a operação padrão. A portaria, assinada pelo secretário de Defesa Social Angelo Gioia, foi publicada no Diário Oficial deste sábado (17).

Os dois chegaram a ser presos durante uma assembleia da categoria, na Praça do Derby, em dezembro. Na época, as associações de classe reivindicavam aumento salarial e melhorias nas condições de trabalho. Devido a operação desencadeada pelos policiais, as Forças Armadas foram acionadas e reforçaram a segurança do estado até o começo deste ano.

A portaria de exclusão aponta que Alberisson Carlos e Nadelson Leite respondiam a inquérito militar por "tecerem críticas ao Secretário de Defesa Social e comentários desonrosos ao Governador do Estado, em vídeos divulgados nas redes sociais". Eles foram denunciados pelo artigo 166 do Código Penal Militar, por publicação ou crítica indevida.

O texto aponta ainda que o relatório concluiu que ambos, "com seus comentários falaciosos e inconsequentes, aproveitando-se de um momento acirrado de negociações salariais, buscaram tão somente fragilizar a hierarquia e disciplina, pilares básicos da instituição militar, fomentando a insubordinação dos seus membros contra superiores".

Procurada pelo G1, a ACS-PE informou que "recebeu sem surpresa a decisão" e que "adotará todas as medidas administrativas e judiciais para sanar essa ilegalidade".

PMs presos

No dia 6 de junho, a SDS já havia publicado no boletim-geral portarias que determinam a prisão de sete policiais militares envolvidos em manifestações realizadas para exigir aumento salarial, convocadas por associações da categoria em dezembro de 2016. As punições vão de 21 dias a 25 dias de detenção e atingem quatro cabos, dois soldados e um sargento.

Os atos foram realizados nos dias 6 e 9 de dezembro do ano passado, no Derby, na área central do Recife. O abandono dos cargos da jornada extra foi uma das medidas adotadas pelos integrantes das entidades representativas do militares para forçar o governo a abrir negociações. Para a SDS, essa prática provocou a redução da capacidade operacional da tropa.

Por G1

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