quarta-feira, maio 31, 2017

Universidades, escolas e judiciário suspendem atividades por causa de chuvas no Grande Recife

Homem utiliza um caiaque em meio ao alagamento da Avenida Imperial, no bairro de São José, na cidade do Recife (PE), nesta quarta-feira (31)

Em virtude das fortes chuvas que atingiram o Grande Recife, nesta quarta-feira (31), 25 escolas da rede municipal do Recife, órgãos públicos, Judiciário e universidades suspenderam o funcionamento. A decisão foi anunciada no fim da manhã. Em Pernambuco, três pessoas morreram, sendo duas em Lagoa dos Gatos e uma em Caruaru, no Agreste. Mais de 55 mil pessoas estão fora de casa, segundo a Defesa Civil.

Por causa do temporal, o muro da creche Casinha Azul, localizada no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife, desabou durante a manhã. No local, estudam 126 crianças de até três anos de idade. Segundo a prefeitura, responsável pela administração da unidade, ninguém se feriu.

Além das escolas, o campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) , a Universidade de Pernambuco (UPE) e a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) também fecham as portas em todos os turnos desta quarta-feira. Segundo a Prefeitura do Recife, em quatro horas, choveu o esperado para quatro dias na capital pernambucana, com mais de 77 milímetros.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) também decidiu suspender as atividades no Fórum de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, e na Central dos Juizados Especiais, na Imbiribeira, na Zona Sul da capital. O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE) fechou as portas do Fórum Advogado José Barbosa de Araújo, no Centro da capital.

Ainda segundo a Prefeitura do Recife, os danos na creche Casinha Azul foram todos na parte externa da creche e, por isso, o atendimento às crianças ocorreu normalmente. À tarde, no entanto, as aulas foram canceladas para o reparo do equipamento. Das 309 unidades escolares da capital, 25 não tiveram aulas, sendo que, destas, quatro fecharam por problemas na infraestrutura.

Renata Souza, moradora das proximidades da creche, explica que a queda se deu em dois momentos, no início e no fim da manhã. "Minhas amigas foram levar os filhos para a creche, por volta das 7h, e o muro tinha acabado de cair, mas apenas na parte da frente. Por volta das 11h, desabou a outra parte, nos lados do prédio. Foi um desespero, por sorte ninguém se feriu", disse Renata.

A Secretaria de Educação do Recife informou que uma equipe de infraestutura da cidade foi ao local para averiguar e reparar os danos.

Alagamentos

Segundo a prefeitura, no início da manhã, foram registrados pontos de alagamento e engarrafamentos em todas as regiões da cidade. O período de maior intensidade de chuvas coincidiu com a maré alta. O pico da maré ocorreu às 8h30. A média histórica de maio, segundo a administração municipal, é de 329 milímetros.

Outras ocorrências agravaram a situação do trânsito na capital pernambucana. A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) registrou duas ocorrências com árvores. Uma na Rua Padre Roma, na Tamarineira, na Zona Norte, e a outra na Rua Arquiteto Luiz Nunes, na Imbiribeira, na Zona Sul.

Entre meia-noite e 9h, seis acidentes foram registrados. Desse total, cinco não tiveram vítimas. Não houve registros de ocorrências com mortes. No mesmo período, 24 semáforos apresentaram falhas. Desse total, quatro tinham sido consertados até as 9h30. O Recife conta com 641 sinais de trânsito.

O governo federal reconheceu a situação de emergência em 24 municípios de Pernambuco atingidos pelas chuvas e enchentes. A Portaria número 68 foi publicada na edição desta quarta-feira (31) do Diário Oficial da União pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. O ato administrativo também reconhece a situação de emergência em Maceió e em outras cidades de Alagoas.

Situação de emergência é um termo é definido como uma "situação anormal, provocada por desastres" e que comprometa parcialmente a capacidade de resposta do poder público local. O caso pode requerer ajuda financeira ou reforço policial, deslocado de regiões vizinhas sob o comando da União.

Agora, são 3.081 desabrigados, que perderam as residências, e 52.095 desalojados, que estão em abrigos ou moradia de parentes, temporariamente. Até a terça-feira (30), eram 4,8 mil moradores do estado prejudicados.

Ao todo, mais de 55 mil pessoas tiveram que deixar as casas. De acordo com a portaria, o governo federal reconheceu a situação de emergência nos seguintes municípios:

Amaraji
Água Preta
Barra de Guabiraba
Barreiros
Belém de Maria
Caruaru
Catende
Cortês
Gameleira
Ipojuca
Jaqueira
Joaquim Nabuco
Jurema
Lagoa dos Gatos
Maraial
Palmares
Primavera
Quipapá
Ribeirão
Rio Formoso
São Benedito do Sul
Sirinhaém
Tamandaré
Xexéu

G1 PE

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