quarta-feira, janeiro 06, 2016

De porta em porta, agentes de saúde tentam conter proliferação do Aedes aegypti

Cada fêmea do mosquito transmissor dos vírus zika, dengue e chikungunya coloca 1.500 ovos que sobrevivem por 400 dias (Foto: EBC)

Agentes de vigilância sanitária, saúde e ambiental estão em várias partes do País batendo de porta em porta para falar à população sobre os riscos do Aedes aegypti e prevenção às doenças provocadas pela picada do mosquito.

Pela primeira vez, o mosquito circula em todo Brasil transmitindo, ao mesmo tempo, os vírus da dengue, chikungunya e zika. Esse último, o temido agente causador de má formação do cérebro em fetos (microcefalia).

Segundo as informações mais recentes do Ministério da Saúde, até o momento há 2.401 casos de microcefalia com 29 mortes no País, com o maior número dos casos surgidos a partir de novembro. Em condições normais, os casos de microcefalia no País não chegam a 400 por ano. Em 2014 foram 147 casos.

É caracterizado como microcefalia bebês que apresentam perímetro cefálico inferior a 32 centímetros. Abaixo desse tamanho, o cérebro não consegue se desenvolver de maneira plena, com cerca de 90% das microcefalias associadas ao retardo mental.

O risco maior em uma infecção por zika, dengue ou chikungunya está na fêmea, que pica as pessoas buscando o sangue necessário para a maturação dos ovos.

“Cada fêmea do Aedes aegypti coloca, em média, 1.500 ovos e esses ovos duram cerca de 400 dias”, diz a agente de Vigilância Ambiental do Distrito Federal, Michelle de Brito. “E a fêmea deposita os ovos em locais que têm água ou nos quais, por instinto de preservação da espécie, poderá ter água.”

Michelle é uma das agentes que está visitando as casas para esclarecer às pessoas sobre os riscos e cuidados que devem ser adotados. O mais importante, recomenda ela, é evitar a formação de criadouros do mosquito.

Além de medidas conhecidas como não acumular água em vasos de plantas, retirar entulhos dos quintais, manter garrafas e recipientes virados para baixo, Michelle reforça outras ações.

“As pessoas têm que cuidar das calhas, limpar, retirar folhas para não deixar acumular água”, diz. “Têm que prestar atenção em banheiros, cuidar dos ralos, dentro e fora de casa, observando se há água parada”.

Um risco que, segundo ela, passa despercebido são as árvores. “Algumas são ocas, possuem buracos no caule ou empoçam água juntada por raízes expostas. Nesses lugares, os ovos podem passar mais de um ano depositados esperando a água cair para eclodirem e virarem larvas”. Em 10 dias o mosquito estará formado.

De casa em casa

A luta contra o mosquito Aedes aegypti tem que ser feita em cada casa. Batendo de porta em porta, os agentes vêm se deparando com dificuldades que variam de bairro para bairro, de cidade para cidade.

Em algumas situações muitas casas estão fechadas, com os moradores fora durante o período do trabalho. Nesses casos, as famílias têm que, a cada fim de semana, “dar uma geral” no quintal, varada, verificando ralinhos, árvores, calhas, plantas, garrafas, pneus, fechando bem as caixas d’água e eliminando entulhos.

Há também casas abandonadas, à venda ou anunciadas para aluguel, que permanecem fechadas e com alto risco de criadouros dos ovos do Aedes. No combate ao mosquito, os moradores devem entrar em contato com a Vigilância Sanitária local ou mesmo os bombeiros para comunicar os riscos.

Em outros casos, pessoas recusam a visita dos agentes por questões de segurança. No entanto, antes de dispensar os agentes, é recomendável ligar para a Vigilância Sanitária para se informar se naquele dia está programada a visita dos agentes naquela localidade.

Hospedeiros

Os agentes de saúde e de vigilância ambiental e sanitária correm contra o tempo. Com o período de férias e viagens mais frequentes a circulação dos vírus pelo País deverá aumentar.

Os agentes explicam que uma pessoa em viagem que for picada pelo mosquito transmissor do zika, dengue ou chikungunya levará o vírus para sua cidade de origem. Em sua cidade de origem, essa pessoa será picada por um mosquito e transmitirá a esse mosquito o vírus. E esse mosquito, por sua vez, picará outras pessoas aumentando o risco da circulação dos vírus, da transmissão de doenças e de microcefalia.

Em viagens, a recomendação é usar repelentes e observar a incidência de mosquitos, evitando, nessas situações, roupas que deixem braços, pernas, mãos e pés expostos à ação do mosquito.



Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde e GDF

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